Mais que o teu corpo quero o teu pudor
Quero o destino e a alma e quero a estrela
E quero o teu prazer e a tua dor
O crepúsculo e a aurora e a caravela
Para o amor que fica além do amor.
A alegria e o desastre e o não sei quê
De que fala Camões e é como água
Que dos dedos se escapa e só se vê
Quando o prazer se torna quase mágoa.
Estar em ti como quem de si se parte
E assim se entrega e dando não se dá
Quero perder-me em ti e quero achar-te
Como num corpo o corpo que não há.
Manuel Alegre em "Livro do Português Errante"
1 comentário:
Belo. Vou levar emprestado, ok? Peço deculpa mas volto cá depois. Não consigo esperar pelo sim para o publicar. A beleza não pode ficar num ramo só. Perdoe.
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